Com o aumento da terra firme, de melhores condições de segurança, aumento demográfico e o progressivo desenvolvimento económico ligado à atividade marítima, houve a expansão da vila para fora do recinto muralhado medieval.
Desta expansão e durante as Guerras da Restauração, em 1640, resultou a construção do Forte de São Sebastião, no Cerro do Cabeço, e do Revelim de Santo António, na colina denominada Rocha do Zambujal, que envolve a referida Ermida de Santo António, mandados erigir por D. João IV.
Estas duas zonas fortificadas anexas ao Castelo fizeram com que esta vila fosse, no século XVI/XVII, a praça de guerra mais importante do Algarve.
O Revelim de Santo António é composto por uma estrutura abaluartada em "U", detendo no seu centro e cimo da colina a Ermida do mesmo nome com a localização W/E, funcionando como miradouro sobre os dois elementos que o enriquecem visualmente, o Rio Guadiana e o Sapal de Castro Marim.
Esta Ermida detinha, aquando da sua construção, uma planta quadrangular tendo, ao longo dos tempos, sofrido ampliações.
É composta, atualmente, por planta longitudinal, ampliada a N. por volume da sacristia e sala de arrumos e a S. por sala polivalente. Com Fachada Principal elevada, a W., e com adro murado, composta por: portal de madeira envolto em moldura de pedra ladeado por lambrim e cunhais pintados de cinzento, encimado por cercadura que pousa lateralmente sobre duas volutas, pintadas; sob janela quadrangular com moldura em pedra rematada por cercadura, com motivos iguais à do portal; cobertura de duas águas com cruz de Cristo ao centro; ladeada por campanário lateral.
Fachada Lateral N. cega composta por campanário de dois vãos encimado por cornija, rematada por dois pináculos bojudos, e por volume da sacristia e sala de arrumos com cobertura em telhado de uma água e duplo beirado.
Fachada Lateral S. cega composta por volume de sala polivalente com entrada a S., com cobertura de uma água e remate em duplo beirado.
Fachada W, correspondendo ao volume da capela-mor, cercada a S. pela sala polivalente e a N. pelo volume da sacristia, esta com janela a W.; com cobertura em cúpula e em telhado de duas águas com remate em duplo beirado.
Interior composto por nave longitudinal, com cobertura em abóbada de berço; dois retábulos laterais de meados do século XVIII, dedicados a N. Sra. da Conceição e Sta. Isabel, rasgadas nos alçados laterais em arco de volta perfeita sobre impostas e mesas de altar em madeira polícroma e envoltos por composição de volutas em talha pintada e brasão central.
Do lado do Evangelho, púlpito de caixa quadrangular de madeira polícroma, com acesso por porta simples; rodapé de madeira pintado marmoreado; sobre ele distribuem-se, de ambos os lados, sete tábuas de pintura, com cenas da vida do orago, inseridas em espaldar de madeira pintada com decoração vegetalista e cornija de remate.
Arco Triunfal de volta perfeita sobre impostas pintadas; acesso à capela-mor por degrau único; cobertura em abóbada de berço com caixotões pintados; retábulo-mor do século XVIII, plano de cinco panos definidos por colunas pseudo-salomónicas a que se sobrepõe arquitrave e edícula central com imagem de Santo António; lateralmente duas pequenas imagens sob plintos; encimado por decorações com volutas; lateralmente duas pinturas de cenas da vida do orago e duas portas de acesso, a da esquerda à sacristia, a da direita à sala polivalente. Sacristia composta por janela a W. e pequeno arcaz em madeira.